Guerra Civil Espanhola
Revolta militar contra o
governo republicano na Espanha que tem início em 18 de julho de 1936, com o
levante de militares da guarnição de Melilla, no Marrocos espanhol, liderados
pelo general Francisco Franco. A guerra alcança todo o país, opondo
nacionalistas e republicanos, e termina em 1939, com a morte de um milhão de
pessoas. Os nacionalistas são vitoriosos e implantam a ditadura franquista, que
governa a Espanha até 1975, quando morre Franco.
Antecedentes
O conflito tem origem na crise econômica
espanhola, que, entre 1929 e 1936, impulsiona grande número de greves,
manifestações e levantes de direita e de esquerda. A proclamação da República
(1931) e as reformas que ela promove não conseguem sanar a economia, deixando
descontentes vários setores da sociedade. A vitória da direita nas eleições, em
1933, provoca uma insurreição de operários liderados pelos socialistas. As
regiões da Catalunha e Astúrias são tomadas pelos revoltosos, que proclamam a
independência. Após duas semanas de luta, a revolta é dominada. Em fevereiro de
1936, as forças políticas de centro e de esquerda vencem as eleições gerais. A
oficialidade do Exército, agrupada na União Militar Espanhola, conspira para um
golpe. Em 29 de julho, o general Franco, à frente das divisões estacionadas na
África, entra na Espanha, tomando Sevilha e Cádiz. Outra frente militar ataca
as províncias do norte, chegando perto da capital. O país divide-se em zonas
nacionalistas, em geral concentradas em áreas agrícolas, e zonas republicanas,
situadas nas regiões mais industrializadas e urbanas do território.
Apoios e composições
Os militares rebelados têm o
apoio das Forças Armadas, com exceção da aviação, e de católicos, nacionalistas
e tradicionalistas. Do lado republicano estão operários, camponeses e setores
da classe média, que contam com contingentes da aviação e da polícia. Cerca de
70 mil voluntários fascistas italianos, tanques e materiais bélicos alemães são
enviados a Franco. Pela República participam 25 mil voluntários de 53 países,
organizados nas Brigadas Internacionais. A URSS dá auxílio financeiro limitado
aos militantes comunistas, dividindo as forças republicanas. No início de novembro,
a capital da República é transferida para Valença. Em 1937, rivalidades entre
os republicanos levam o comunista Juan Negrín a assumir o governo. Ele promove,
entre os próprios republicanos, uma política de eliminação de oponentes
ideológicos, principalmente anarquistas e trotskistas, enfraquecendo o
movimento. Franco chega ao Mediterrâneo, corta o contato entre Valença e
Catalunha e obriga o governo republicano a se transferir para Barcelona.
Consequências
Barcelona cai em 26 de janeiro
de 1939 e, em 1º de abril, a República é abolida. Fogem do país 400 mil
republicanos. Guernica, a pequena
aldeia do País Basco, é arrasada em junho de 1937, inspirando o quadro de mesmo
nome do pintor espanhol Pablo Picasso. No pós-guerra a violência continua. Os republicanos
são apontados como inimigos da Espanha. Nos quatro primeiros anos após a guerra
civil, milhares de opositores do franquismo são executados – as estimativas
oficiais são de 37 mil.
Fontes
Texto: Almanaque Abril
Imagem: Jornal GGN Rádio TSF
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