Liberalismo e Iluminismo: Razão, liberalismo e progresso
O Iluminismo foi a corrente de pensamento dominante na Europa do século XVIII e defendeu o predomínio dá razão sobre a fé, representando a visão de mundo da burguesia. Seus pensadores negavam as doutrinas absolutistas e mercantilistas e apoiavam os valores liberais, tanto na política quanto na economia.
Origens
Os primeiros teóricos do iluminismo introduziram as bases do movimento ainda no século XVII, influenciados pelas transformações sociais que vinham ocorrendo na Europa, como o Renascimento, a Reforma Religiosa, a expansão marítimo-comercial e a ascensão da burguesia.
O racionalismo foi fundamentado como método científico pelo francês René Descartes, que, em 1637, estabeleceu a razão como único caminho para o conhecimento. Segundo o pensamento iluminista, o avanço do conhecimento poderia se dar tanto pela via do racionalismo abstrato de Descartes como pela via do empirismo inglês.
Nas ciências exatas, o físico inglês Isaac Newton também revolucionou o pensamento da época, ao afirmar que o Universo seria regido por leis próprias, que podem ser conhecidas pelo homem por meio da ciência.
Os princípios da política iluminista - liberalismo - foram formulados pelo filósofo inglês John Locke, que defendia uma relação contratual entre o monarca e seus súditos. Para Locke, o homem possuía direitos como liberdade e a propriedade privada, e cabia ao Estado proteger esses direitos, o que limitava seu poder.
Século das luzes
Os importantes avanços econômicos, culturais e científicos levaram à crença de que o destino dá humanidade era o progresso. O auge dessa efervescência se deu no século XVIII - o século das luzes. Além do racionalismo e do liberalismo, outro princípio iluminista é o anticlerical isso - posição política contrária ao poder da Igreja.
Tendo como exemplo o resultado da Revolução Gloriosa inglesa, na qual é possível identificar elementos do liberalismo de John Locke, pensadores franceses (os três nomes mais famosos: Montesquieu, Voltaire e Jean-Jaques Rousseau) passaram a defender o fim do absolutismo em seu país.
A fim de divulgar o conhecimento, os iluministas conceberam a Enciclopédia. A obra foi editada por Denis Diderot e Jean le Rond d'Alembert e contou com a contribuição fundamental de Voltaire, Montesquieu e Rousseau, além de muitos outros filósofos e cientistas. Em 1759, a obra foi incluída no Index Librorum Prohibitorum do catolicismo, resultado das críticas a igreja e ao Estado que era presente nas obras. Ainda sim continuo em circulação.
Liberalismo econômico
Os iluministas também condenavam o sistema econômico do Antigo Regime, o mercsntilismo. Os primeiros contestadoreses foram os fisiocratas, como os franceses Jacques Turgot e François Quesnay. Eles consideravam a terra a única fonte de riqueza de uma nação, em oposição ao comércio, em que não há produção, apenas troca. O também francês Vincent de Gournay cunhou a expressão que depois se tornaria símbolo do liberalismo econômico: "Laissez faire, laissez passer, le monde va de lui même" ("Deixe fazer, deixe passar, o mundo vai por si mesmo").
Em sua obra A riqueza das nações (1776), o pensador escocês Adam Smith aprofundou esses ideais, ao afirmar que a economia funcionava por si mesma, como se uma "mão invisível" a dirigisse. Ele condenava o mercantilismo, via o trabalho como única fonte de riqueza e pregava a livre concorrência e a não intervenção do Estado na economia, fundamentando assim, o liberalismo econômico.
Depotismo esclarecido
Alguns soberanos (Frederico II, da Prússia; o Marques de Pombal, de Portugal; Catarina II, da Rússia; e José II da Áustria) viram que, para se manter no poder, era preciso adotar reformas de cunho iluminista. Essa tentativa de modernização ficou conhecida como despotismo esclarecido. Algumas dessas medidas adotadas por esses governantes foram a limitação do poder da Igreja Católica e a redução dos privilégios dá aristocracia e do clero.
Apesar das mudancas, a participação política da burguesia e do povo continuava limitada, o que levaria a revoltas, entre elas a Revolução Francesa, em 1789.
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