Um "ilustrado" na corte portuguesa

 A exploração direta das jazidas de diamantes pela Real Extração foi uma medida adotada por Sebastião José de Carvalho, o Marquês de Pombal, todo poderoso ministro do Rei Dom José I. Da coroação de Dom José em 1750 até, a morte do soberano, em 1777, o ministro dirigiu com autoridade e energia as atividades da metrópole e das colônias, a ponto de esse período se tornar conhecido como "período pombalino".

  As intervenções de governantes enérgicos não ocorriam apenas em Portugal. Toda essa fase da vida europeia foi marcada pelo chamado despotismo esclarecido, isto é, a tentativa de conciliar as ideias iluministas às práticas políticas e econômicas, empreendidas por alguns Estados que não haviam passado por um processo revolucionário do tipo burguês clássico.

  Portugal arrastava-se, havia várias décadas, numa crise econômica de grandes proporções devido principalmente à perda de suas possessões na Ásia, no decorrer do século XVII (17), e agravada pelos efeitos do Tratado de Methuen, assinado em 1703 entre os governos português e inglês.

  Pelo Tratado de Methuen, Portugal, com uma economia destruída pelas décadas de dominação espanhola e de lutas pela restauração de sua independência, teria facilidades comerciais para adquirir tecidos de lã ingleses, enquanto a Grã-Bretanha compraria com impostos menores os vinhos produzidos em Portugal. Por isso, ficou conhecido também como Tratado de Panos e Vinhos. Os efeitos do Tratado foram desastrosos para o Estado português, pois impediu o franco desenvolvimento das suas atividades manufatureiras e, ao mesmo tempo, estabeleceu a dependência econômica de Portugal em relação à economia britânica.

  No plano administrativo, predominou uma orientação centralizadora. O Conselho Ultramarino, criado em 1642, responsável pela administração das colônias portuguesas, perdeu parte de seus poderes, absorvidos pelo próprio ministro. As Capitanias Hereditárias desapareceram, com a transferência para a Coroa dos poderes até então reservados aos capitães donatários. A única exceção foi a capitania de São Vicente, que perdurou até 1759.

  Uma das medidas mais controvertidas da administração pombalina foi a expulsão dos jesuítas da colônia, em 1759. No intuito de centralizar a administração, Pombal impediu que as missões se transformassem em um centro de poder autônomo na América.


 Após a expulsão dos jesuítas, os bens pertencentes à Companhia de Jesus passaram às mãos de militares e particulares, e parte foi doada ou vendida em leilão. Fazendas maiores transformaram-se em vilas, e o gado foi dividido entre os novos habitantes. Ao passar o ensino para o controle do Estado, o Marques de Pombal criou o imposto, o chamado subsídio literário, para o pagamento dos professores. Seu projeto educacional, no entanto, fracassou.

 O ministro tomou outras medidas consideradas modernizantes, tais como a abolição da escravidão indígena em 1757, o fim da perseguição aos chamados cristão-novos (descendentes de judeus convertidos ao catolicismo) e a abolição da escravidão na metrópole.
 
Imagem: Restos de Coleção, Resumo Escolar

Comentários

Postagens mais visitadas deste blog

Santa Inquisição: Métodos de tortura

II Guerra Mundial

Guerra das Duas Rosas