O despotismo esclarecido

Voltaire
 Inspirados pelo iluminismo, e particularmente pelas concepções de Voltaire, alguns monarcas como os da Prússia, Rússia, Áustria, Espanha e Portugal iniciaram reformas no intuito de adequar as estruturas econômicas de seus Estados à ordem burguesa em ascensão. Desse modo, na Europa do século XVIII (18), surgiram regimes políticos associados ao despotismo esclarecido. Caracterizam-se por utilizar os ensinamentos propostos pelas teorias iluministas, mas sem abrir mão do absolutismo na prática política.

  Nos séculos XVIII (18) e XIX (19), os países em sintonia com o despotismo esclarecido apresentavam problemas estruturais semelhantes: suas economias baseavam-se nos princípios mercantilistas, tinham sociedades pouco diversificadas, sem capital, sem pessoal técnico e com uma burguesia incipiente. Por vezes, o poder público via-se forçado a assumir o lugar dá iniciativa privada.

  O que torna o despotismo esclarecido algo original, diferente do absolutismo tradicional, é que, a partir de práticas intervencionista e autoritárias, os déspotas se consolidaram no poder. Se tomarmos como referência alguns governos da América Latina, do Oriente Médio, da Ásia, da África e até mesmo da Europa Central e Oriental, poderemos constatar que esse modelo persiste até os dias atuais.

  Em certa medida, essa sobrevivência do autoritarismo esclarecido vem confirmar que o Iluminismo é uma corrente de pensamento em constante progresso. Nas sociedades democráticas contemporâneas, não autoritárias, a contribuição iluminista mostra-se ainda mais evidente. E, no campo dos exploradores, as concepções deixadas pelos iluministas sobreviveram até os dias de hoje, servindo de incentivo para muitos povos erguerem as bandeiras da liberdade, igualdade e fraternidade, diante das injustiças e da arbitrariedade de alguns governos.

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