A civilização bizantina


Bandeira imperial da dinastia Paleólogo

 O Império Bizantino também conhecido pela denominação de Império Romano do Oriente, apresentou grande contraste com as sociedades da Europa Ocidental. Enquanto o Império Romano do Ocidente foi incapaz de resistir às migrações dos germanos e hunos, fragmentando-se em reinos independentes, o Império Bizantino sobreviveu onze séculos, recorrendo  à guerra e à diplomacia para impedir ou desviar os inúmeros povos invasores que se abateram sobre seus domínios.

 O Império Bizantino foi o local de origem da Igreja Ortodoxa. A Igreja Ortodoxa resultou de um progressivo distanciamento da Igreja sediada em Roma. Conflitos de interesses políticos e econômicos entre o papado e o Estado bizantino, aliados ao aparecimento de correntes religiosas que questionavam pontos de doutrina católica e a autoridade do papa, aprofundaram as diferenças entre a Igreja do Oriente e a Igreja de Roma.

 O papa, estabelecido em Roma, resistia às tentativas de domínio do imperador oriental, e os bizantinos não queriam  aceitar o "o bispo de Roma" como o chefe de todos os cristãos. Além disso, havia diferenças quanto à doutrina  e às práticas religiosas. As divergências crescentes acabaram se transformando em discussões que deram margem ao surgimento de novas doutrinas declaradas heréticas pela Igreja estabelecida.

 Uma das heresias de maior impacto foi o monofisismo, que se baseia na ideia de que Cristo possuía unicamente a natureza divina, em contraposição à teoria católica que admite a coexistência das naturezas humana e divina de Cristo. Tal corrente de pensamento foi absorvido por algumas províncias asiáticas subordinadas a Constantinopla, que, aproveitando-se da discórdia religiosa, identificaram-se com aspirações de libertação política.

 Outro fato considerado heresia pelos cristãos de Roma foi a ação dos iconoclastas, indivíduos que criticavam a idolatria ou a adoração de imagens religiosas. Os conflitos associados a essas doutrinas heréticas converteram-se em frequentes ameaças ao trono imperial.

Papa Francisco e Patriarca Ecumênico Bartolomeu I firmam declaração conjunta em Istambul - Filippo Monteforte / AP

 O confronto maior, porém, ocorreu no seio da ortodoxia católica, entre a Igreja de Roma e a de Constantinopla. O resultado dessas controvérsias foi a separação, em 1054, entre a Igreja sediada em Roma e a Igreja de Constantinopla. Esta divisão ficou conhecida como Cisma do Oriente e perdura até os dias de hoje.

Fontes
Braick, Patrícia Ramos. História: das cavernas ao terceiro milênio, volume único / Patrícia Ramos Braick, Myriam Becho Mota. - 3. ed. reform. e atual. - São Paulo: Moderna, 2007.

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